Gostaria de saber, como vocês enxergão Maria. Como ela foi escolhida...
Maria foi uma mulher maravilhosa. Ela foi escolhida para ser a mãe do maior de todos os homens: Jesus!
Que grande mulher foi Maria! Não foi fácil para aquela mocinha achar-se grávida naquela situação; sofrer como todas as grávidas que padecem em nações pobres dominadas por opressores; ter de conviver com a desconfiança inicial do marido e depois, certamente, das pessoas que não acreditavam na sua história; ter de enfrentar as lutas contra as hostes satânicas que procuravam impedir que o filho dela nascesse. Maria, porém, cheia de graça cuidou zelosamente da criança que nasceu, do infante que cresceu, do adolescente que se desenvolveu e não se descuidou do jovem em sua missão. E, como aquelas grandes mulheres que estão sempre presentes na vida dos filhos da maternidade à morte, Maria não o abandonou; esteve com ele ao pé da cruz; ouviu seu gemido de morte; lamentou seu último suspiro e alegrou-se com sua ressurreição.
Maria, a escolhida de Deus e agraciada foi um exemplo de mãe. Deus a capacitou para ser a mãe do Messias que se fizera homem.
Lamentavelmente o cristianismo dividido comete dois erros: uns denigrem a pessoa de Maria desconsiderando as virtudes da mãe de Jesus; outros a exaltam de tal maneira que a colocam no mesmo status que o Deus filho.
É bem verdade que uns chegam até a dizer que Maria é co-Redentora, medianeira, que perdoa pecados, enfim, a figura da mulher junto ao Pai. Outros desconhecem a bem-aventurança daquela que chegou a ser saudada com grande festividade por anjos; que na igreja primitiva era vista como uma mulher piedosa, que estava sempre na comunhão dos irmãos, no partir do pão e nas orações comunitárias.
Entre uns e outros, o cristão normal é aquele que admira Maria e crê unicamente em seu Filho, e faz o que ela recomendou, “fazer tudo o que ele mandar”, porque o Senhor é Ele.
Maria nunca ousou um título ou posição na Igreja. Ela permaneceu como a serva do Senhor, a mãe do homem Jesus, o Filho de Deus. Ela também precisou crer em Jesus, como seu Deus Salvador.
É claro que ela nem está sabendo do culto que alguns fazem de seu nome, se soubesse, diria: “não me adorem, não depositem em mim a fé de vocês, não dividam comigo a fé que só pertence ao Glorioso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Deus com Deus, o Eu Sou!”.
E ninguém mais do que Maria sabia fazer esta diferença.
Assim, nenhum cristão verdadeiro pode deixar de admirar a mãe do Salvador e reconhecer quão bem-aventurada foi Maria.
Nenhum cristão deve deixar de adorar e exaltar só a Jesus, porque Ele é o Único que tem os atributos da divindade: Verbo, Deus, Deus bendito, Senhor, Salvador, Nosso Senhor, Verdadeiro Deus, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte. Jesus é o Único que tem toda a autoridade, eternidade, celestialidade, ação divina, imutabilidade, todo o Poder, Vida. Em Jesus reside toda a plenitude de Deus. Toda a Glória Divina seja dada somente a Jesus!
Maria, Mãe de Jesus
Sendo também uma mãe, meu coração é solidário com Maria, a mãe de Jesus neste dia. Que dor terrível ela deve ter sentido ao ver seu filho, Ele que foi espancado, insultado humilhado e crucificado sem piedade na cruz. Qual mãe poderia suportar ver seu filho sofrer tal agonia? Que profundo desespero e tristeza ela deve ter sentido! Eu imagino que ela chorou quando ouviu seu filho proferir da cruz as seguintes palavras de amor: “Mulher, eis o teu Filho!” (João 19:26) Oh, Maria bem-aventurada, meu coração dói só de pensar que você presenciou tudo isso.
Elder Joseph B. Wirthlin do Quórum dos Doze Apóstolos falou eloquentemente sobre aquela sexta-feira, quando eles crucificaram o Filho de Deus:
Naquela terrível sexta-feira, a terra tremeu e o céu ficou escuro. Uma terrível tempestade foi lançada sobre a terra.
Aqueles homens perversos que tiraram Sua vida se regozijaram. Agora que não havia mais nenhum Jesus, seguramente seus seguidores debandariam. Naquele dia, haviam triunfado.
Naquele o dia o véu do templo se dividiu em dois. Maria Madalena e Maria, a mãe de Jesus, estavam cheias de tristeza e pesar. O supremo homem que haviam amado e honrado jazia sem vida pendurado na cruz.
Naquela sexta os Apóstolos também estavam devastados. Jesus, o Salvador – o homem que havia andado sob as águas e ressuscitado os mortos – estava Ele mesmo a mercê de homens iníquos. Eles assistiram impotentes enquanto Ele era vencido por Seus inimigos.
Naquela sexta-feira o Salvador da humanidade foi humilhado e ferido, maltratado e injuriado. Era uma sexta-feira, cheios de uma dor devastadora que consumia as almas daqueles que amavam e honravam o Filho de Deus.
Eu tenho a impressão de que de todos os dias desde o início da história deste mundo, aquela sexta-feira foi a mais sombria.
Tudo o que tenho aprendido sobre Maria me diz que ela foi uma mãe em todos os sentidos. Ela deve ter sido o tipo de mãe que correria para proteger e defender seu filho sem preocupar-se consigo mesma. Tenho certeza que ela teria se pudesse, tomado à taça do seu filho. Quão inútil ela deve ter se sentido. No entanto, também acredito que Maria foi preparada pelo Senhor para essa ocasião. Eu acredito que mesmo em meio a sua dor e sofrimento, ela estava cercada por anjos, que a consolaram nesse momento de necessidade.
Maria não era uma virgem comum. Ela era virtuosa, honrada, humilde e fiel. Ela foi escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus.
E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta.
Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus.
E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?
E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
(Lucas 1:26-35)
As palavras não podem descrever o tamanho do meu amor e gratidão por Maria, a mãe de Jesus. Eu acredito que ela representa tudo o que é louvável e digno no quesito da maternidade e feminilidade. Eu sei que ela compreendia que Jesus era dela apenas por um tempo, que Ele foi concebido para suportar aquilo por que passou para salvar a humanidade. Ela sabia disso, mas, ela ainda era a sua mãe e ela sofreu. Oh, como ela deve ter sofrido!
Em minha mente imagino sua tristeza se transformando em pura alegria quando o domingo chegou. Eu posso sentir seus fardos imediatamente aliviados quando soube que Ele ressuscitou. E o domingo chegou! Elder Wirthlin continua:
Mas o pesar daquele dia não durou. O desespero não se prolongou porque no domingo, o Senhor ressuscitado rompeu os laços da morte.
Ele saiu da sepultura e apareceu gloriosamente triunfante como o Salvador de toda a humanidade.
E em um instante os olhos que estavam cheios de lagrimas ficaram secos. Os lábios que tinham sussurrado orações de aflição e sofrimento agora enchiam o ar com louvor maravilhoso, para Jesus, o Cristo, o Filho do Deus vivo, estava ali diante deles como as primícias da ressurreição, a prova de que a morte é apenas o início de uma existência nova e maravilhosa.
Assim como louvo e honro meu Salvador e Redentor e celebro a Sua ressurreição gloriosa no domingo, eu também me lembro no meu coração de mãe, outra mãe – Maria, mãe de Jesus.
Para os Mórmons, Jesus Cristo é o Filho divino de Deus, nosso Salvador e Redentor através de quem a salvação é possível. (Reflections of Christ) |