Igreja SUD Mundial

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com sede na cidade de Salt Lake, USA, tem cerca de 12 milhões de membros. Mais da metade dos membros moram fora dos Estados Unidos.

Neste Blog estou aqui para dá nóticias de todos os lugares da Igreja Sud e tornar este Blog o seu kantinho para todos os leitores.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Harmonia no Casamento PRESIDENTE SPENCER W. KIMBALL (1895–1985)

A mera celebração de uma cerimônia não garante a felicidade e o sucesso do casamento. Isso exige esquecer-se de si próprio, continuar a namorar e a obedecer os mandamentos do Senhor.

Um casamento honroso, feliz e estável é, sem dúvida, a meta principal de toda pessoa normal. O casamento é, talvez, a mais importante das decisões, e a de conseqüências mais abrangentes, pois afeta não apenas a felicidade imediata, como também a ventura eterna. Não afeta apenas as duas pessoas envolvidas, como sua família, particularmente os filhos, e os filhos dos filhos por muitas gerações.

Uma União de Mentes E Corações
A escolha de um companheiro para a vida e a eternidade merece planejamento, cuidadosa reflexão e também oração e jejum, pois de todas as decisões que tomamos, esta é uma em que não devemos errar. O verdadeiro casamento exige harmonia de pensamentos bem como de corações. As emoções não devem determinar inteiramente as decisões, mas a mente e o coração, fortalecidos pela oração e jejum e muito raciocínio dará ao casamento as maiores possibilidades de felicidade. Isso exige sacrifício, disposição para compartilhar e muita abnegação. Muitos programas de TV e histórias fictícias terminam com o casamento. “E viveram felizes para sempre.” Já percebemos que a mera celebração de uma cerimônia não garante a felicidade e o sucesso do casamento. A felicidade não é como a luz elétrica, não basta apertar um botão para consegui-la. Ela é um estado mental, vem do íntimo; precisa ser merecida; não pode ser comprada e não é gratuita. Alguns pensam que a felicidade é uma vida glamourosa e fácil, luxuosa e emocionante; mas o casamento autêntico baseia-se numa felicidade que vai além disso, que emana do que doamos aos outros, do serviço, da generosidade, do sacrifício e da abnegação.

Corações Compreensivos
Duas pessoas de formação diferente, logo após a cerimônia, descobrem ser preciso encarar a dura realidade. Acabou a vida de sonhos e faz-de-conta; temos que descer das nuvens e fincar os dois pés no chão. Temos de assumir as responsabilidades e aceitar novos deveres. É preciso abrir mão de parte da liberdade pessoal e fazer muitos ajustes, sem egoísmo. Depois de bem pouco tempo de casados, percebemos que o cônjuge tem fraquezas desconhecidas; que as virtudes continuamente ressaltadas durante o namoro tornam-se relativamente menores, e as fraquezas, antes tão pequenas e insignificantes, adquirem grandes proporções. É nesse momento que precisamos ser compreensivos, fazer uma auto-avaliação, ter bom senso, raciocinar e planejar. Os hábitos antigos aparecem, o cônjuge pode ser avarento ou gastador, preguiçoso ou trabalhador, religioso ou não; pode ser agradável e pronto a ajudar, ou impertinente e mal-humorado, exigente ou generoso, egoísta ou propenso a menosprezar-se. Os problemas com os parentes mais próximos passam a ser mais importantes e o relacionamento entre o cônjuge e eles também assume maiores proporções.
Muitas vezes, há relutância em sossegar e assumir as responsabilidades sérias que surgem imediatamente. É difícil substituir os gastos desnecessários pela economia e, ao que parece, é comum que os jovens fiquem muito ansiosos em igualar seu estilo de vida ao de conhecidos mais abastados. Muitas vezes há relutância em se fazer os ajustes financeiros necessários. É comum que as esposas jovens, filhas de pais bem-sucedidos e prósperos, queiram ter em sua própria casa todos os luxos que tinham quando moravam com eles. Algumas mostram-se bastante dispostas a ajudar a ganhar o dinheiro para os supérfluos, continuando a trabalhar fora depois do casamento. Para isso, abandonam seus deveres domésticos em favor de uma carreira profissional, promovendo um tipo de equilíbrio econômico difícil de abandonar em favor de uma vida familiar normal. O fato de o marido e mulher trabalharem tende a gerar rivalidade na família em vez de cooperação. Duas pessoas extenuadas voltam para casa tensas, cheias de orgulho e mais independentes; é nesse momento que surgem os desentendimentos. As pequenas desavenças se acumulam e tomam proporções imensas.

Uma Fórmula Infalível
O casamento é difícil e existem muitos casamentos em conflito e frustrados, mas é possível conseguir a felicidade duradoura e ocasamento pode proporcionar mais alegrias indescritíveis do que a mente humana é capaz de conceber. Essa felicidade está ao alcance de todos os casais, de todas as pessoas. A idéia de “almas gêmeas” é fictícia e ilusória. É verdade que todos os rapazes e moças procuram com toda a diligência um par com quem a vida seja mais harmoniosa e bela; entretanto, é certo que basicamente qualquer bom homem e qualquer boa mulher podem ser felizes e bem-sucedidos no casamento se estiverem dispostos a pagar o preço. Há uma fórmula infalível capaz de garantir a qualquer casal a felicidade e eternidade do casamento; contudo, como em todas as outras fórmulas, os ingredientes principais não podem faltar, ser reduzidos ou limitados. O processo de escolha durante o namoro e a continuação do namoro depois do casamento são tão importantes quanto o próprio casamento, mas não mais importantes do que ele, e o sucesso do casamento depende de duas pessoas — não de uma, mas de duas.
Como já foi dito, não há combinação de forças capaz de destruir os casamentos fundamentados em padrões razoáveis, exceto a força exercida por um ou pelos dois cônjuges, e eles precisam assumir a responsabilidade em geral. As outras pessoas e instituições podem ser boas ou más influências; pode parecer que a situação financeira, social e política (entre outras) tenham certo peso; mas o casamento depende principalmente do marido e da mulher. Eles sempre terão a capacidade de fazer com que o casamento seja bem-sucedido e feliz, se forem determinados, abnegados e justos.
A fórmula é simples e os ingredientes são poucos, apesar de terem diversas utilidades.
Primeiro, é preciso ver o casamento da perspectiva certa, que favorece a escolha de um companheiro que esteja o mais próximo possível da perfeição em todos os aspectos que sejam importantes para os dois. Depois, os dois têm de ir ao altar do templo conscientes de que precisam empenhar-se muito para serem bem-sucedidos na vida em comum.
Segundo, é preciso ter muita abnegação, desprendimento e direcionar tudo o que se refere à vida familiar ao bem da família, deixando de lado os desejos egoístas.
Terceiro, é preciso continuar o namoro e a demonstrar e dizer palavras de afeto, bondade e consideração para manter o amor vivo e fazer com que ele aumente sempre.
Quarto, é preciso viver integralmente de acordo com os mandamentos do Senhor, conforme definidos pelo evangelho de Jesus Cristo.
Se misturarmos esses ingredientes e os mantivermos sempre ativos, é impossível que haja infelicidade, que os desentendimentos continuem ou que haja separações. Os advogados que trabalham com o divórcio teriam de dedicar-se a outro ramo e as varas de família seriam fechadas.

Do “eu” Para O “nós”
Quando duas pessoas chegam ao altar para se casarem, têm de estar conscientes de que para terem o casamento feliz que desejam, precisam saber que o casamento não é só uma questão legal, significa fazer sacrifícios, compartilhar e até restringir em parte a liberdade individual. Significa fazer economias a longo prazo e a duras penas. Significa ter filhos, que darão despesas, trabalho, preocupação e que precisarão de cuidados; mas também significa sentir as emoções mais profundas e agradáveis que existem. Antes do casamento, as pessoas têm bastante liberdade de fazer o que bem entenderem, de organizar e planejar a própria vida como melhor lhes parecer e de tomar decisões baseadas nas próprias necessidades e desejos. Os namorados devem perceber antes de se casarem que cada um tem de aceitar literal e plenamente o fato de que o bem da nova família tem de estar sempre acima do bem do marido ou da mulher individualmente. Os dois têm de eliminar o “eu” e o “meu” e substituí-los pelo “nós” e pelo “nosso”. Todas as decisões têm de levar em consideração o fato de que afetarão duas pessoas ou mais. Então, ao encarar as decisões importantes, a mulher terá de pensar em como elas afetarão os pais, os filhos, o lar e a vida espiritual de todos. O marido terá de passar a considerar a escolha profissional, vida social, amigos e todos os seus interesses tendo em mente que ele é somente uma parte da família e que a família em sua totalidade precisa ser levada em consideração. Nem sempre o casamento transcorrerá tranqüilamente e sem problemas, mas ainda assim pode ter muita paz. O casal pode ter de enfrentar a pobreza, a doença, as desilusões, fracassos e até a morte de alguém da família, mas nem isso lhes tirará a paz. O casamento poderá ser bem-sucedido enquanto não houver egoísmo. Os problemas farão com que os pais se unam mais, formando uma união indissolúvel se houver total abnegação. Durante a depressão da década de 1930 houve uma acentuada diminuição do número de divórcios. A pobreza, as falências, as decepções uniram os pais. As adversidades conseguem solidificar os relacionamentos que a prosperidade poderia destruir.

Dar Felicidade
É quase certo que os casamentos fundamentados no egoísmo fracassarão. Quem se casa por dinheiro, prestígio ou posição social com certeza se decepcionará. Quem se casa por vaidade e orgulho ou para tripudiar sobre alguém ou atingi-lo só está enganando a si mesmo. Por outro lado, quem se casa para fazer o outro feliz e ser feliz, para servir e ser servido e que cuida dos interesses dos dois e, depois da família que estiverem formando terá boas chances de ser feliz no casamento. O amor é como uma flor e, como o corpo, precisa ser alimentado sempre. O corpo mortal logo ficaria abatido e morreria se não fosse alimentado sempre. A flor viçosa murcharia e morreria sem alimento e água. Da mesma forma, não podemos esperar que o amor seja eterno se não o alimentarmos sempre com porções de amor, manifestações de carinho, admiração, gratidão e de consideração abnegada. A abnegação total certamente será outro elemento que contribuirá para o sucesso do casamento. Caso tenhamos sempre em mente a felicidade, o bem-estar e o que for melhor para o outro, o amor iniciado no namoro e consolidado no casamento aumentará e alcançará proporções imensas. Muitos casais deixam que o casamento fique estagnado e que o amor esfrie ficando tão sem-graça como pão amanhecido, piadas batidas, ou sopa fria. Certamente os alimentos mais vitais para o amor são a consideração, bondade, atenção, solicitude, as demonstrações de afeto, os abraços de agradecimento, a admiração, orgulho, companheirismo, confiança, fé, igualdade e interdependência.

O Auge Da Felicidade
Para sermos verdadeiramente felizes no casamento, precisamos ser constantes em guardar fielmente os mandamentos do Senhor. Ninguém, seja solteiro ou casado, jamais alcançou a felicidade sublime sem viver em retidão. As pessoas podem sentir satisfação temporária e disfarçar a situação por algum tempo, mas só se alcança a felicidade permanente e total vivendo com pureza e de modo digno. Quem tem um padrão de vida religioso com convicções religiosas arraigadas nunca será feliz levando uma vida inativa. A consciência não deixará de incomodar, a menos que seja embotada e, quando isso acontece, o casamento já está em perigo. A consciência culpada é capaz de tornar a vida insuportável. A inatividade destrói o casamento, principalmente quando marido e mulher diferem no nível de inatividade. As diferenças religiosas são as mais difíceis de se enfrentar e estão entre as mais difíceis de se resolver. O casamento é um mandamento de Deus; não é meramente um costume social. Jamais seremos exaltados se não nos casarmos devidamente e se ocasamento não for bem-sucedido. Está escrito na palavra do Senhor que ocasamento é uma coisa certa e boa.
Considerando-se que isso seja verdade, os membros da Igreja que forem zelosos e inteligentes planejarão a vida com atenção para certificarem-se de que seu caminho para a vida eterna esteja desimpedido. Um erro grave pode colocar obstáculos intransponíveis que podem bloquear o caminho para alcançarmos a vida eterna e tornarmo-nos deuses, que é o nosso principal objetivo. Se duas pessoas amarem ao Senhor mais que a própria vida e, em segundo lugar, amarem-se mutuamente mais do que a própria vida, empenhando-se conjuntamente em plena harmonia, com o programa do evangelho como base, certamente alcançarão essa grande felicidade. Quando o marido e a mulher costumam ir sempre ao templo juntos, oram de joelhos juntos em casa com a família, vão para as reuniões da Igreja de mãos dadas, vivem em total castidade (mental e física) de modo que todos os pensamentos, desejos e afetos se centralizem em um único ser (seu companheiro) e trabalham juntos em prol da edificação do reino de Deus, a felicidade alcança o ponto culminante.

“E a Nenhuma Outra”
Às vezes, no casamento, apegamo-nos a outras coisas, apesar do Senhor ter dito: “Amarás tua esposa de todo o teu coração e a ela te apegarás e a nenhuma outra”. (D&C 42:22) Isso significa igualmente “amarás teu marido de todo o teu coração e a ele te apegarás e a nenhum outro”. É comum que as pessoas continuem apegadas à mãe e ao pai e aos amigos. Às vezes a mãe não abre mão do controle que tem sobre os filhos, e o marido, bem como a mulher, procuram o pai e a mãe para pedir conselhos e fazer confidências, quando, na maioria dos casos, deveriam apegar-se à mulher, e todos os assuntos íntimos deveriam ser mantidos em estrito sigilo e fora do conhecimento de outros.
Os casais fazem bem em encontrar imediatamente uma casa só para eles, separada e distinta da casa da família do marido e da família da mulher. A casa pode ser bem modesta, mas mesmo assim é uma casa à parte. A sua vida de casados deve ser independente tanto da família dela quanto da família dele. Vocês os amam ainda mais do que antes, dão valor aos seus conselhos, gostam de estar com eles; mas vivem a própria vida baseada em suas próprias decisões e as conclusões a que vocês mesmos chegarem depois de receberem o conselho das pessoas certas, orarem e refletirem. Apegar-se não significa somente morar na mesma casa; significa estar bem unidos, ficar sempre ao lado do outro.
“Portanto é legítimo que (…) os dois uma só carne; e tudo isto para que a Terra cumpra o fim de sua criação;

E para que se encha com a medida do homem, de acordo com sua criação antes que o mundo fosse feito.” (D&C 49:16–17)
Irmãos e irmãs, digo que essa é a palavra do Senhor. É muito séria, e ninguém deve argumentar com o Senhor. Ele fez a Terra, fez as pessoas e conhece a situação. Ele estabeleceu o programa, e nós não somos suficientemente inteligentes para convencê-Lo a mudar de idéia no que se refere a essas coisas importantes. Ele sabe o que é certo e verdadeiro.
Pedimos que pensem nessas coisas. Certifiquem-se de que tudo esteja certo em seu casamento. Certifiquem-se de que tudo esteja certo em sua vida. Certifiquem- se de desempenharem devidamente o seu papel no  casamento.

Adaptado de um discurso apresentado em uma reunião devocional na Universidade Brigham Young University em 7 de setembro 1976.

Filhas de Deus - Para o Dia das Mães


M. Russell Ballard

Não existe nenhum papel na vida mais essencial e mais eterno do que o da maternidade.
Irmãos e irmãs, há pouco tempo minha esposa, Bárbara, fez uma cirurgia na coluna e não podia levantar peso, virar-se ou curvar-se. Conseqüentemente, nunca antes levantei tanto peso, virei-me e curvei tanto — isso fez com que eu desse mais valor ao que as mulheres, especialmente vocês, mães, fazem todos os dias em casa.
Embora as mulheres vivam no lar sob circunstâncias muito diferentes — casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, algumas com filhos, outras não — todas são amadas por Deus e Ele tem um plano para Suas filhas justas a fim de que recebam as maiores bênçãos da eternidade.
Esta tarde, quero concentrar meu discurso principalmente nas mães, em particular nas mães jovens.
Quando era um pai jovem, aprendi sobre o árduo papel da maternidade. Servi como conselheiro e depois como bispo, por um período de 10 anos. Durante aquela época, fomos abençoados com seis de nossos sete filhos. Bárbara geralmente estava exausta quando eu chegava em casa no domingo à noite. Ela tentava explicar-me como era sentar-se no último banco durante a reunião sacramental com nossa jovem família. Então, chegou o dia em que fui desobrigado. Depois de sentar-me ao púlpito por dez anos, agora eu estava sentado com minha família no último banco.
O coro de mães da ala estava apresentando-se e vi-me sentado sozinho com os nossos seis filhos. Nunca fiquei tão ocupado em toda a minha vida. Tinha fantoches nas duas mãos, mas não estava dando muito certo. Os sucrilhos se espalharam pelo chão e isso foi constrangedor. As revistas para colorir pareciam não divertir tanto quanto deveriam.
Enquanto me debatia com as crianças durante a reunião, olhei para a Bárbara e ela estava me observando e sorrindo. Aprendi sozinho a apreciar mais plenamente o que todas vocês, queridas mães, fazem tão bem e com tanta fidelidade!
Uma geração mais tarde, como avô, observei os sacrifícios que minhas filhas fizeram para criar os filhos. E agora, em uma outra geração, vejo com assombro as pressões que minhas netas sentem para cuidar dos filhos neste mundo agitado e exigente.
Depois de observar e sentir empatia por três gerações de mães e pensar na minha própria mãe querida, sei com certeza que não existe nenhum papel na vida mais essencial e mais eterno do que o da mãe.
Não existe nenhum modo perfeito de ser uma boa mãe. Cada situação é única. Cada mãe tem desafios, capacidade e habilidades diferentes e, com certeza, filhos diferentes. A escolha é diferente e única para cada mãe e cada família. Muitas conseguem ser “mães de tempo integral”, ao menos durante os primeiros anos de desenvolvimento na vida dos filhos, e muitas outras gostariam de fazer o mesmo. Algumas talvez tenham que trabalhar meio período ou período integral; outras trabalham em casa; outras ainda se dividem entre lar, família e trabalho. O que importa é que a mãe ame os filhos profundamente e que, sem deixar de dedicar-se a Deus e ao marido, coloque-os como prioridade em sua vida.
Fico impressionado com o número incontável de mães que aprenderam como é importante concentrar-se nas coisas que só podem ser feitas numa época específica da vida. Se um filho vive com os pais por 18 ou 19 anos, esse período abrange somente um quarto da vida dos pais. E a época mais importante na formação da criança, seus primeiros anos de vida, representa menos de um décimo de sua vida normal. É essencial nos concentrarmos em nossos filhos pelo breve período de tempo em que estão conosco e procurarmos, com a ajuda do Senhor, ensinar-lhes tudo o que pudermos antes que saiam de casa. Esse trabalho de importância eterna repousa sobre pais e mães como parceiros iguais. Sou grato por hoje muitos pais estarem mais envolvidos na vida dos filhos. Mas acredito que o instinto maternal e o profundo envolvimento que as mães têm no cuidado dos filhos será sempre o ponto-chave para o bem-estar deles. Como diz na proclamação sobre a família, “A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos filhos” (A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49).
Precisamos lembrar-nos de que comprometer-se totalmente com a maternidade e colocar os filhos em primeiro lugar pode ser difícil. Graças a minha própria experiência familiar de quatro gerações, e por meio de conversas com mães de filhos pequenos em toda a Igreja, entendo um pouco sobre as emoções que as mães sentem e que são inerentes a seu compromisso de ficar em casa com os filhos pequenos. Há momentos de grande alegria e incrível realização, mas também momentos de incapacidade, monotonia e frustração. As mães podem sentir que recebem pouco ou nenhum reconhecimento pela escolha que fizeram. Às vezes, nem os maridos parecem ter a mínima idéia do trabalho que a esposa tem.
Como Igreja, temos um enorme respeito e gratidão por vocês que são mães de filhos pequenos. Queremos que sejam felizes, tenham sucesso em sua família e recebam a aprovação e o apoio de que precisam e merecem. Hoje, portanto, vou fazer quatro perguntas e respondê-las brevemente. Embora minhas respostas possam parecer extremamente simples, se as coisas simples forem feitas, a vida de uma mãe pode ser muito gratificante.
A primeira pergunta: O que você pode fazer, jovem mãe, para diminuir a pressão sobre si mesma e desfrutar mais da vida familiar?
Primeiro: reconheça que a alegria da maternidade é feita de momentos. Haverá épocas difíceis e frustrantes. Mas, em meio aos desafios, há momentos ricos de alegria e satisfação.
A autora Anna Quindlen lembra-nos de que não devemos deixar passar despercebidos esses momentos fugazes: “O maior erro que cometi [como mãe] é aquele que a maioria de nós comete. (…) Não vivi o momento como deveria. Isso fica particularmente claro agora que os momentos passaram e foram capturados apenas em fotografias. Há uma foto dos [meus três filhos] sentados sobre um acolchoado na grama à sombra do balanço num dia de verão; as crianças tinham seis, quatro e um ano de idade. Quem dera eu conseguisse me lembrar do que comemos, sobre o que conversamos, de como eram e do rostinho deles quando dormiram naquela noite. Quem dera eu não tivesse tido tanta pressa em fazer a tarefa seguinte: preparar o jantar, tomar banho, ler, dormir. Antes tivesse estendido um pouco mais aqueles momentos para guardá-los no coração e não me preocupado tanto em concluí-los” (Loud and Clear, 2004, pp. 10–11).
Segundo: não sobrecarregue o seu dia, nem o de seus filhos. Vivemos num mundo cheio de opções. Se não tomarmos cuidado, cada minuto será tomado por eventos sociais, aulas, exercícios, clubes do livro, livros de recordações, chamados na Igreja, música, esportes, Internet e nossos programas de TV favoritos. Certa mãe me contou que houve uma época em que seus filhos tinham 29 compromissos toda semana: aulas de música, escotismo, dança, beisebol, acampamentos diurnos, futebol, artes, etc. Sentia-se uma motorista de táxi. Finalmente, num conselho de família, declarou: “Alguma coisa tem que ser cortada; não temos tempo para nós mesmos, nem tempo uns para os outros”. As famílias precisam de tempo livre para aprofundar os relacionamentos e para que os pais exerçam realmente seu papel. Reservem tempo para ouvir, rir e brincar juntos.
Terceiro: mesmo ao tentarem cortar os compromissos extras, irmãs, encontrem algum tempo para si mesmas, para cultivar seus dons e dedicar-se a seus interesses. Peguem uma ou duas coisas que gostariam de aprender ou fazer e que vai enriquecer sua vida, e arranjem tempo para elas. Não se tira água de um poço vazio e, se vocês não reservarem algum tempo para repor as energias, vão ter cada vez menos para dar aos outros, inclusive a seus filhos. Não tomem qualquer tipo de droga, achando que isso vai ajudá-las a fazer mais coisas. E não se permitam desperdiçar tempo em frente à televisão, embotando a mente com novelas ou navegando na Internet. Voltem-se para o Senhor com fé e vocês saberão o que fazer e como fazê-lo.
Quarto: orem, estudem e ensinem o evangelho. Orem intensamente a respeito de seus filhos e de seu papel como mãe. Os pais podem fazer um tipo de oração incomparável e maravilhosa porque oram ao Pai Eterno de todos nós. Há grande poder na oração que diz essencialmente: “Somos pais com a responsabilidade de cuidar de Teus filhos, Pai; ajuda-nos a criá-los como desejas que sejam criados”.
A segunda pergunta: O que mais o marido pode fazer para apoiar a esposa, a mãe de seus filhos?
Primeiro: mostre mais gratidão e aprovação pelo que sua esposa faz todos os dias. Observe as coisas e diga “obrigado” — com freqüência. Reserve algumas noites para ficarem juntos, só vocês dois.
Segundo: converse regularmente com sua esposa sobre as necessidades de cada um dos filhos e o que você pode fazer para ajudar.
Terceiro: dê uma “folga” para a esposa de vez em quando. Cuide das tarefas da casa e dê-lhe um tempo para descansar de suas responsabilidades diárias. Assumir essas tarefas por algum tempo pode aumentar muito sua gratidão pelo que ela faz todos os dias. Prepare-se para levantar muito peso, virar-se e curvar-se!
Quarto: volte para casa depois do trabalho e assuma ativamente seu papel na família. Não coloque os amigos ou os esportes à frente dos momentos que tem para ouvir seus filhos, brincar com eles e ensiná-los.
Terceira pergunta. O que as crianças, inclusive as pequenas, podem fazer? Agora vocês, filhos, ouçam-me, porque existem algumas coisas simples que podem fazer para ajudar sua mãe.
Vocês podem guardar seus brinquedos quando pararem de brincar e, quando ficarem um pouco maiores, podem arrumar a cama, ajudar a lavar os pratos ou fazer outras tarefas — sem que lhes peçam.
Vocês podem dizer “obrigado” mais vezes quando terminam uma refeição gostosa, quando sua mãe lê uma história antes de dormirem, ou quando ela coloca roupas limpas em sua gaveta.
Acima de tudo, podem abraçá-la e dizer mais vezes que a amam.
A última pergunta: O que a Igreja pode fazer?
Há muitas coisas que a Igreja oferece para as mães e as famílias, mas para o meu propósito hoje, sugiro que o bispado e o conselho da ala prestem especial atenção e levem em conta o tempo e os fardos que há sobre as mães jovens e sua respectiva família. Conheçam-nas e sejam sábios quanto ao que pedem a elas nessa época de sua vida. O conselho de Alma a seu filho, Helamã, aplica-se a nós hoje: “Eis que te digo que é por meio de coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas” (Alma 37:6).
Espero que todas vocês, queridas irmãs, casadas ou solteiras, jamais duvidem de seu valor à vista de Deus e dos líderes da Igreja. Nós as amamos. Nós as respeitamos e somos gratos por sua influência em preservar a família e ajudar com o crescimento e a vitalidade espiritual da Igreja. Lembremo-nos de que “a família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos” (A Família: Proclamação ao Mundo). As escrituras e os ensinamentos dos profetas e apóstolos ajudam todos os membros da família a se prepararem juntos agora para viverem juntos por toda a eternidade. Oro para que Deus abençoe continuamente as mulheres da Igreja para que encontrem alegria e felicidade em seu sagrado papel de filhas de Deus.
Para terminar, gostaria de acrescentar meu testemunho sobre o chamado profético do Presidente Monson. Eu o conheço desde que ele tinha 22 anos e eu 21. Faz 58 anos. Tenho observado a mão do Senhor preparando-o para que hoje presidisse a Igreja como nosso profeta e Presidente. Junto meu testemunho a todos os outros testemunhos, que foram prestados durante esta conferência, de seu chamado especial como Presidente da Igreja e acrescento meu testemunho, a todos os outros, de que Jesus é o Cristo e de que esta é a Sua Igreja. Estamos realizando Sua obra, sobre a qual testifico em nome de Jesus Cristo. Amém.